sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Nos Recônditos



Quisera eu poder decifrar seus caracteres
E sua questionável leitura dos seres
Mas tudo o que li me fez entender
Que essa caixa se encontra fechada
E do lado de fora ainda está armada
Com um lacre invisível
E quase invencível

Para lá não há acesso
E não há quem consiga chave
Mas se de tudo fosse o inverso
Ah, sim! Se fosse...
Dissolveríamos tantas incertezas
Transformaríamos incógnita em clareza
Mas não se pode intuir
Nem antes disso agir
Pois não é possível ver
O que se ocultou ao invisível

Invisível é diferente de translúcido
Pois pela transparência passam raios de sol
Mas o que está oculto nem o sol consegue ver
Então já não se pode saber
Muito menos prever
E não temos este poder
Mas quando há transparência
Não é necessário previsão ou adivinhação
É quando a caixa se encontra aberta
Nem por isso, desprovida de proteção
Mas se não armada, estará arriscada
No entanto, é o risco que nos leva
Ao eterno.